sábado, 24 de abril de 2010

"Alucinação..."

Se são vícios inebriantes os estímulos de tantos nessa "caminhada", tenho a preferência por me debruçar na observância dos acontecimentos diários. Ora, o que de fato torna a vida explicitamente cativante senão seus próprios eventos? É certo, nem todos os fatos nos trazem alegrias ou contentamentos, de maneira a não me referir a todos, nem menosprezando os depreciativos, embora também esses componham o dia-a-dia, mas àqueles inevitavelmente dignos da destreza do fino trato humano.
Esse sim, protagonista como é, e ao contrário de ser visto como objeto de estudo, no sentido de coisa apenas, com sua diversidade em vários ou todos os sentidos, proporciona aos outros, sobretudo a quem se propõe a se aventurar no universo do gênero humano, uma sucessão de "experiência com as coisas reais", portanto, passamos a ser coadjuvantes uns dos outros. Essa aproximação, além de intimidade, gera "cumplicidade", pois um homem por si só não realiza o cotidiano, nem mesmo o seu somente, por mais que se trate de um líder em suas mais diferentes caricaturas, mas precisa de outros indivíduos compartilhando de suas ideias e afirmações, e negações, ou seja, o homem não poderia fundamentar-se em nada que não fosse essencialmente humano, portanto, real.
Essa clareza quanto à sua "independência" do não-humano nos libertaria de quantas outras arbritariedades não fosse o caráter de "necessário" embutido nas concepções impostas a nós, o qual, sem perceber, aderimos.
Contudo, se olharmos atenciosamente para tudo isso, tanto para o fator meramente humano quanto para a realidade na qual vivemos e as trangressões presentes nela, e consciente de suas diferenças, veremos o quão é alucinante a "experiências com as coisas reais..."

Ramiro Teixeira(bacharelando em Ciências Sociais/UFRN)